terça-feira, 23 de março de 2010

O meu avô

O avô Fernando não era um daqueles avôs velhinhos, muito carinhosos, cheios de paciência. Não, o avô Fernando às vezes até era abrutalhado, raras vezes o víamos ter uma expressão mais física de amor ou carinho. Preferia dar a entender o quanto gostava de nós de outras formas, como quando tirei a carta e a primeira vez que andou comigo de carro olhava para a rua toda para ver quem é que estava a olhar, como quem diz "é a minha neta que vai a conduzir. E safa-se bem!". Ou como quando entrei na faculdade e andou semanas a dizer "vai ser doutora, sua vaidosa!".
Em todo o caso, não havia nada que eu dissesse que queria ou precisava sem que ele fosse logo que possível tratar de providenciar. Esta coisa de ser neta única deu-me o privilégio de saborear o meu avô só para mim, como se fosse uma propriedade que não quisesse partilhar com ninguém.
Hoje era dia de comermos rissóis e um galo assado no forno, que andou que tempos a ser criado à espera da data. Também havia arroz doce e bolo. De chocolate, que ele não apreciava chantilly ou doce de ovos.
Parabéns, avô, hoje fazes 78 anos. Mesmo 11 anos depois de ter deixado de te ter perto, hoje continuas a fazer anos.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Voltámos

Voltámos, porque sim. Voltámos porque me apeteceu dizer coisas, enquanto não ganho a coragem que me falta para atirar às teclas e escrever aquilo que um dia há de ser um best-seller. E já tenho a história toda na cabeça, só tenho mesmo que deixar fluir a prosa. Um romance, não podia deixar de ser. Sem flores, mas com borboletas. Borboletas a pensar na minha amiga Bê, com quem troco confidências que podem muito bem ser o mote para uma ou outra linha do meu futuro livro.
Entretanto, vou aproveitar este espaço para treinar a escrita, que anda um bocado enferrujada por só escrever nos chats.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

De médico e de louco todos temos um pouco... e de juiz também

Pois que é bem verdade. Estava agora a ler um comentário no site do Expresso a propósito da condenação de Isaltino Morais, com o qual não poderia estar mais de acordo: "Infelizmente, a população só acha que a Justiça funciona quando condena. A hipótese de o arguido estar realmente inocente ou não haver provas, para além de qualquer dúvida razoável para o condenar, levando à sua absolvição, é uma mera quimera. Havendo absolvição, a Justiça não funciona, os juízes são corruptos, isto é uma bandalheira. Como dizem os "Contemporâneos", "no Irão, no Irão, isto não acontecia"! Agora, com o Isaltino condenado, ainda há esperança para os trastes dos juízes?"
Independentemente da minha opinião pessoal sobre este caso, que é do mais parcial que há, a verdade é esta. Somos todos juízes. Todos gostamos de julgar, se fôr na praça pública, tanto melhor. Por estas e outras, as pessoas chegam ao banco dos réus já julgadas e condenadas, por provas que se não existem, é porque alguém as escondeu, porque falam disso na televisão...
Isaltino tem dinheiro na Suiça? É porque roubou! Ele não era acusado de roubo, mas na boca de meio mundo, é um ladrão!
O Carlos Cruz é indiciado de práticas sexuais com menores? Bandido, é um pedófilo que anda aí a abusar das criancinhas!! E se fôr absolvido? Foi porque pagou ao juiz?
Quando a justiça condena, tudo bem. Se não condena, mesmo que se tenha provado que a pessoa está de facto inocente, é porque estão todos feitos uns com os outros, cambada de corruptos!!!
É por isto que este país não anda para a frente. A culpa não é do sistema, do Governo, da justiça... é do povinho medíocre que só se sabe queixar.

Fenómeno Ronaldo

Ok, o puto tem piada, do pescoço para baixo. No entanto, é parvo, mas só do pescoço para cima.
Já não há paciência para a quantidade de gajas que lhe passam pelos lençóis e depois passam pelas capas das revistas. Miúdas que só querem os seus cinco minutos de fama a que cada mortal tem direito e que ele engata através de sms e ramos de flores farfalhudos. Se ele não fosse quem é, os sms e as flores haviam de ser alvo de chacota entre a própria e as respectivas amigas. Assim, como é o Cristiano Ronaldo, tudo bem, ao primeiro sms abrem-se as pernas. É um reflexo de Pavlov, por assim dizer.
Ele é resmenga, a família idem, só é coisa que dá pica por uma noite, mesmo. Ainda por cima porque é sempre ele que paga o jantar, o hotel, as flores e uma ou outra prenda.
Mas se calhar ele é que faz bem, porque se formos a ver os outros até talvez façam a mesma vida, mas como têm a capa de "homens de família", não convém dar nas vistas. Ao menos este não deve satisfações a ninguém. Só é pena que com este tipo de vidinha ele não vá conseguir ser realmente feliz no amor. Porque um dia ele há de se apaixonar a sério. E depois, ou mãe também gosta dela, ou está mesmo tudo estragado.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Estou chocada!

Soube que anda por aí uma moça a vender a sua virgindade na internet. Ora pois que não sei o que está a moça à espera, se diz que já lhe ofereceram 2,3 milhões de euros. Se ainda assim não vendeu, julga o quê, que tem a "patareca de ouro"?
Ora pois que não se percebe é o que é que eu andei a pensar nestes anos, já que ainda por cima a dei de borla! O que eu já podia ter ganho, céus....

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Hot 'n' Cold

Conheço pessoas assim...

"Cause you're hot then you're cold
You're yes then you're no
You're in then you're out
You're up then you're down
You're wrong when it's right
It's black and it's white"

Hot and Cold, Katy Perry

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Morreu um homem esquisito...

Morreu um homem esquisito, diz que nasceu no meio de uma família numerosa, de raça negra.
Morreu branco, quase cadavérico, mas só tinha 50 anos.
O homem que morreu era esquisito, porque nunca conseguiu ser criança, porque também nunca conseguiu ser um adolescente normal e isso tornou-o esquisito. Mas a culpa não era dele. Foi de quem quis fazer dele um mito vivo.
Dele disse-se quase tudo, mas muito ficará agora por dizer e muito se irá inventar. Faz parte do mito.
A sociedade de hoje fez dele um pedófilo, quando se calhar ele só queria estar com quem o fazia sentir feliz. Ele era igual aos miúdos que gostava que enchessem a Neverland. Talvez porque ele era uma criança que nunca teve tempo para o ser. Nos dias que correm, depressa era pedófilo. Talvez esteja a ser ingénua, mas a verdade é que não consigo vê-lo com esses olhos. E acredito piamente que ele era boa pessoa. No meio da gente que o rodeava, era provavelmente a pessoa mais solitária do mundo, o tal "génio incompreendido".
Aproveitaram-se dele e da bondade dele. É que acho que o homem esquisito era mesmo um homem bom.
O homem nasceu preto, morreu branco, esquisito, sem nariz e com uma mente muito perturbada.
Juro que não deixo de ter pena, não pelo mito, mas pelo homem, que para mim era bom.